Depois de termos tido a experiência com a demo online, bem como de
visitarmos o mundo de Lost planet 2 nas diversas feiras em que marcou
presença, foi com alguma ansiedade que recebemos a versão de antevisão
ao jogo. Esta foi primeira vez que peguei no jogo, num começo real e
sustentado.A Capcom prometeu mudanças na segunda incursão pelo
território dos Akrid, e embora exista uma associação imediata ao jogo
anterior, existem na verdade muitos pormenores novos, a começar claro
pelo próprio ambiente onde agora se desenrola toda a acção. Mas nem só
de cosmética vive o jogo, e desde cedo conseguimos perceber que a ideia
dada pela Capcom de uma campanha single-player com ligações a um
universo multiplayer não é assim tão descabida.Existe
definitivamente um corte com as ligações padrão de um jogo
single-player. Embora exista um tema geral, uma história para ser
contada, tudo se desenrola como que se de um universo persistente
tratasse. Desde a forma como entramos na história em termos dos menus
do jogo, pois teremos que "Criar Jogo" para entrarmos para o jogo
propriamente dito. Esta forma de abordar o modo single-player, que
poderá ser jogado em ecrã dividido em 4, em modo System Link e claro em
modo online, permite criar uma ligação com os amigos ou simplesmente
pessoas que queiram partilhar ou jogar contigo a qualquer momento.
Há homens que precisam de armas grandes. Wesker é um deles.
Se
estivermos a jogar a sós, os colegas de equipa são comandados pela IA,
mas mesmo assim continuam a ter uma estrutura como se estivéssemos a
jogar online. Com todos os jogadores com nicks estranhos, e progressão
de nível. O formato das diversas missões, é feito para que possamos
percorrer de um ponto a outro, como se fosse um enorme mapa
multiplayer. Embora existam, entre as passagens de capítulos e missões,
diversas cut-scenes a explicar a enredo, tudo parece ser remetido a
missões especificas. O jogo é extremamente dinâmico, e por
termos esta perspectiva de multiplayer desde a sua génese, todas as
batalhas e missões se transformam, não havendo uma igual. Tanto o é
assim, que quando joguei sozinho tive a necessidade de berrar pelos
colegas para me virem ajudar ou cobrir determinado flanco de combate.Esta
dinâmica de jogo é transposta para as nossas opções de combate. Tudo é
personalizado, e tudo é alterado ao nosso gosto. É uma forma estranha,
principalmente quando estamos a falar do modo campanha. Escolher um
guerreiro, ter opções de o personalizar, criar salas, convidar amigos,
ou simplesmente jogar com a IA, e se formos guerreiros suficientes
podemos até jogar sozinhos. Até mesmo a opção de respawn para posto de
controlo mais próximo activado ou à nossa escolha, tornam tudo muito
"multiplayer". É uma mistura quase única entre duas partes ditas
normais nos jogos, que se fundem de uma forma bem estruturada.
MT Framework 2.0 mostra o seu poder.
Tendo
assim por base uma experiência de cooperação, quer online, quer em modo
local, é importante a forma como os diversos níveis estão construídos.
Posso resumir que todos eles se baseiam em cumprir com determinados
objectivos. Como já foi dito, temos uma história base, mas que é
dividida por níveis, onde cada cenário demorará entre 15 a 25 minutos
para ser cumprido. Tudo dependerá da destreza dos jogadores. Julgo que
esta opção de tornar os níveis pequenos em termos de tempo e até mesmo
de distância faz com que seja bem mais interessante jogar com amigos ou
somente em modo cooperativo online.Quase em todos os níveis temos batalhas com enormes monstros, que
pela sua configuração horripilante colocam o jogo numa escala épica de
combate. Aqui a cooperação é extremamente importante, sendo necessário
uma divisão dos jogadores pelo terreno para que se possam ajudar
mutuamente. Os colossos poderão ser desde aranhas gigantes fixas em
determinado local, ou autênticos monstros mutantes que vagueiam numa
área enorme, e que para os vencermos será necessário imenso e diverso
armamento bélico.Para o efeito temos um enorme conjunto de
armas, granadas, lança-roquete, e até Mechs que podemos usar, os
chamados de VT(Vital Suit). Neste último caso, existe uma grande
variedade de VT, que poderemos usar, bem como nos juntarmos em combate
a andarmos agarrados. Já como no título anterior, também podemos
retirar as partes dos VT e usar somente as suas armas.Diferente
do jogo anterior, onde a T-ENG (Thermal-Energy) era extremamente vital
para a nossa sobrevivência, pois estávamos num ambiente gelado, onde a
luta pela energia térmica era uma constante. Agora, o gelo está a
desaparecer e a dar lugar a uma floresta densa, e claro, ambientes mais
quentes.
Podemos ganhar pontos por batalhas individuais com VT
O
jogo tem como pano de fundo dez anos após os acontecimentos do
primeiro, estando no ano E.D.N. III. O uso do T-ENG ainda é importante,
nomeadamente como forma de recuperarmos energia vital. Também será
usada para podermos efectuar golpes mais poderosos, ou por simplesmente
usarmos para activar um Vital Suit que esteja sem energia. Em cada
combate obtemos também Battle Gauge, que são pontos por façanhas,
mortes e cumprimentos de objectivos. Os B. Gauge são essenciais se
quiseres subir o nível dos nossos guerreiros.Os Akrid continuam
a ser uma ameaça, bem como as diferentes facções do jogo. No início
podemos escolher um tipo base de personagem que queremos jogar. Durante
o jogo iremos alterar de facção, tais como Yuri's Snow Pirates e NEVEC,
mediante que tipo de cenário e capitulo jogamos. Isto tem o seu senão,
que é não haver uma ligação com uma personagem principal, sendo assim
remetido para um jogador personalizado. Em termos de personalização,
podemos personalizar as vestes, quer em termos de design como de cor.
Podemos desbloquear mais vestimentas, acessórios e bem como Emotes, que
são celebrações ou simplesmente posições de dança. É super divertido
ver todos os membros a efectuarem uma acção idêntica.Ao todo
temos seis episódios, divididos por níveis e áreas. Este novo ambiente
permite demonstrar todo o aspecto técnico do motor de jogo, MT
Framework 2.0. Os efeitos de luz, as construções, bem como as
florestas, estão muito bem recriadas, sendo o único senão a falta de um
frame-rate aceitável. Existem alturas que é simplesmente penoso jogar e
não ficar com os olhos a "arder", tal são os slowndowns existentes.
Espero que este problema seja resolvido para a versão final.
Conhecem?
Algo
a melhor para a versão final é também a IA dos oponentes, que digamos
não primam nada pela inteligência. Cada inimigo actua numa determinada
área pequena, e mesmo que nos vejam ao longe ou perto da sua área de
actuação nada fazem. Pelo contrário, os inimigos maiores,
principalmente os VT, percorrem uma área maior e até nos caçam. Outros
inimigos, nomeadamente os monstros mais pequenos, principalmente os que
voam, às vezes parece que estão ali apenas para encher cenário, não
actuando de acordo com as suas capacidades. Também não posso deixar de
falar da inteligência a que eu chamo de gozo. Quando morremos os
inimigos estão prontos para gozar connosco, efectuando eles mesmos
Emotes em conjunto.Lost Planet 2 promete imenso, sendo um jogo
que nos traz constantemente acção, e combates épicos. Não existe uma
única fase onde sentimos falta de acção. Os níveis estão bem
equilibrados e as diversidades de monstros, de Akrids e pequenos
inimigos é enorme. Existem monstros muito interessantes, onde teremos
que pensar bem como os eliminar. Com algum tempo de produção pela
frente, se os problemas mencionados forem rectificados ou minimizados,
Lost Planet 2 será certamente uma agradável surpresa.
Fonte: "Eurogamer.pt"
Assunto: Lost Planet 2 - Antevisão 
Qua maio 12, 2010 10:52 pm
