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Assunto: Brutal Legend - Análise Qua Nov 04, 2009 9:36 pm
Brutal Legend - Análise
A vida de um Roadie não é fácil, e o mundo do Metal já não é o que era, tendo sido desfeito e humilhado pelo novo género Rock-Metal “wanna be” emergente. Se isto é verdade ou não, não posso dizer com certeza, mas pelo menos é a mensagem que Brutal Legend faz passar ao jogador assim que o jogo começa. Brutal Legend é uma homenagem clara ao mundo original do Metal,com um número infinito de referências a clássicos deste universo. Será bom o suficiente para fazer reviver os bons velhos tempos?
Brutal Legend coloca-nos na pele de Eddie Riggs, um Roadie (ajudante de banda) profissional de uma banda de pseudo-metal, que sofre em silêncio, pelo caminho que o Metal seguiu nos últimos anos. Durante um dos grandes concertos, Eddie vê-se obrigado a salvar um membro da banda, apenas para acabar soterrado por parte do cenário do palco. Já no seu último sopro de vida, o seu sangue entra em contacto com o seu cinto e faz acordar um demónio conhecido por Ormagöden.
Quando Eddie volta a si, está prestes a ser sacrificado por um grupo de demónios encarapuçados, algo surpreendido pelo sucedido, Eddie consegue escapar e descobrir que foi transportado para um outo mundo. Poucos momentos após a sua fuga, Eddie encontra a irmã de um líder de um grupo de resistentes deste mundo do Metal. Eddie resolve ajuda-los a combater o seu grande inimigo, o lorde Doviculus,e assim libertar os homens e mulheres da aldeia.
Embora a narrativa de Brutal Legend não seja nada de especial, onde este ganha fôlego é em toda a imersão oferecida pelos personagem, cenários e espírito Metal deste universo. Os diálogos são diversão pura, carregados de gíria de Metal e palavrões ditos a alto e bom som. Claro que o grande destaque aqui vai para Eddie Riggs, interpretado por Jack Black de forma exímia e altamente credível, não fosse este um actor cómico bastante conhecido e vocalista da banda Tenacious D.
Brutal Legend como jogo coloca-vos uma câmara atrás da personage, enquanto avançam por um mundo aberto quer a pé ou no Deuce, o carro da personagem. Existem várias missões espalhadas pelo mapa que podem realizar a vosso bel-prazer, ou simplesmente passear pela vegetação ou ruínas do mundo do Metal, para lutar contra exércitos do mal ou andar a galope em animais nada comuns. O mundo de Brutal Legend é sem dúvida muito bom, embora não seja tão preenchido quanto isso, é algo autenticamente diferente e puramente Metal, cheio de estátuas e referências ao género, que dão um ambiente único e digno da música que representa.
A pé, Eddie luta contra os vários demónios dando uso a um machado e também uma guitarra, com o machado é possível desferir golpes directos, por outro lado a guitarra permite atacar à distância com electricidade, ou incendiar os pobres demónios que resolvem atravessar-se no vosso caminho. Além destas funções a guitarra permite ainda realizar solos, estas malhas têm várias funções que podem ir desde o ataque directo aos inimigos, como invocar o Deuce e até chamar a nós mais aliados do Headbanging. Estes solos são realizados pelo carregar de uma lista de botões mostrada no ecrã, a fazer lembrar as combinações vistas em Legend of Zelda Ocarina Of Time.
Ainda à pouco falei de aliados do Headbanging, e estes existem mesmo, sendo personagens que nos acompanham ao longo da aventura e dão a Brutal Legend uma vertente de estratégia. Estes Headbangers são uma clara referência aos fãs dos concertos de Metal, e aqui estes funcionam como vossos fãs, que podem comandar e ordenar para tomar várias acções, que podem variar entre, atacar o inimigo, defender uma certa área, ao bom estilo de um jogo de estratégia por exércitos, é verdade que não é 100% infalível, mas é uma boa adicção à mecânica de jogo de Brutal Legend.
A história consegue durar cerca de 10 horas, mas ainda há mais algumas missões para fazer e zonas do mapa por explorar, existe ainda um modo online que apesar de não ser perfeito, é muito bem vindo em Brutal Legend. Por muito estranho que pareça, Brutal Legend consegue transportar toda esta acção para o Online, onde podem competir em guerras abertas contra outros jogadores, não é tão viciante como um Call of Duty 4: Modern Warfare, mas não deixa de ser uma boa aposta, e se gostarem do universo do jogo, certamente vão querer gastar mais umas horas neste modo.
No que toca à apresentação no geral, Brutal Legend não é certamente uma referência, mas têm os seus momentos, com cenários bonitos e estilizados, personagens expressivas e bem desenhadas e sequências de acção que raramente deixam as consolas engasgadas, correndo quase sempre de forma suave. Claro que existem vários bugs e algumas texturas parecem saídas da geração passada, mas são facilmente ultrapassados pelo impacto do desenho do universo Metal feito para Brutal Legend, que se torna o grande destaque. Quanto às vozes e música, existem aqui muito poucas queixas. O trabalho vocal é excelente e divertido, incluindo Jack Black, e lendas do Metal como Ozzy Osboure, Rob Halford dos Judas Priest, e Lemmy dos Motorhead. A banda sonora é composta por malhas clássicas do Metal e se são fãs, vão sentir-se certamente em casa.
Brutal Legend chegou e convenceu, embora os argumentos possam não agradar a todos, é sem dúvida um daqueles jogos que ninguém esperava que ficasse tão bom. Muitas das vezes parece não querer ser levado a sério, mas quando olhamos além do parvoíce e da paródia. Brutal Legend quer apenas tentar fazer uma homenagem ao Metal e o que ele representa na música, e consegue fazê-lo, não só em ambiente e história como também em jogabilidade e diversão. Quem disse que o Metal estava morto, está redondamente enganado e Brutal Legend é a prova disso mesmo.