Aí está a tão esperada HANDS ON do PES 2010Enquanto a “silly season” avança e à medida que se baralham as formações dos grandes, pequenos, pobres e ricos clubes europeus e oriundos de outros pontos do planeta, à custa de mirabolantes transferências, como a do pico mediático provocada pela ida do Cristiano Ronaldo do Manchester para o Real Madrid (cujos milhões abrem um conjunto secundário de compras e vendas), a competição virtual faz-se ainda num regime de clausura e extremo secretismo entre os departamentos da Electronic Arts e da Konami. Trabalhando não para o bronze mas para o Outono a tradicional competição entre PES e FIFA encerra também um desafio entre programar no oriente e a ocidente.
No entanto a equipa da Konami sediada em Tóquio, liderada por Shingo “Seabass” Takatsuka e recentemente apetrechada para incrementar a nova temporada de PES, em franco avanço na programação, entendeu por bem dar a conhecer à imprensa algumas das novas coordenadas com que se fará o PES da próxima temporada. Como uma peladinha debaixo de um sol agradável e sob o efeito de uma leve brisa que atenua o calor, calçámos as botas, vestimos a camisola e os calções e subimos ao relvado.
Por enquanto a versão que nos foi dada a experimentar é ainda muito curta no que toca a opções. Limitados a um desafio entre Liverpool e Barcelona (as únicas equipas seleccionáveis), no estádio da cidade onde saíram para o mundo os Beatles, pese embora a ausência de outros elementos como comentários, festividades aquando da entrada dos jogadores em campo e outras circunstâncias de pompa, a jogabilidade acabou por ser um dos principais elementos a reter. Nesse aspecto a movimentação da equipa assume essencialmente uma identidade de colectivo, sendo possível também destacar a influência de alguns atletas no fabrico de lances cruciais, abrindo as laterais ou pelo miolo do ataque a fim de desferir o último remate já dentro da área.
No que respeita à versão que será distribuída no nosso território diga-se desde já que irá contar com o relato de Pedro Sousa da SporTV e de João Vieira Pinto, ex-Benfica e Boavista. As transferências de verão terão repercussão na formação dos plantéis para a próxima época e das bancadas chegarão mais cânticos e uma avalanche de apoio especialmente fervorosa para a equipa que joga em casa. A capa do jogo será preenchida pelos craques Leonel Messi e Fernando Torres.
Diga-se aliás que estes símbolos do futebol moderno europeu transportarão na versão 2010 de PES uma imagem mais digna, através de uma animação bastante fotorrealista. Os efeitos da luz, a articulação entre claridades e sombras é particularmente evidente e a modelação dos atletas conhecidos atinge um novo pico. Há sempre a ténue margem por se tratar de uma franquia natural, mas como o algodão que não engana, se detiverem mais algum tempo na observação do público que assiste aos jogos, darão conta que na bancada cada pessoa ocupa o seu lugar e vibra com o toque final da jogada.
Este incremento ou reabilitação do quadro visual é particularmente notório nas partidas que decorrem à luz do dia. A animação dos jogadores é muito mais suave e graciosa, os movimentos mais coordenados e quando há um “El Niño” na ponta da lança é normal que apareçam estragos na defesa adversária. Nas partidas que pudemos disputar assumindo o controlo do Liverpool o avançado espanhol mostrou-se temível e talhado para não perdoar as oportunidades que lhe batiam nos pés. Interessante a forma como cada jogador persegue e controla a bola, especialmente os mais conhecidos. Messi tem o estilo único, mais baixo embora ladino e a escapar-se por entre o eixo defensivo.
No que respeita à organização do jogo e fabrico de lances após o apito inicial observa-se que as equipas encaixam especialmente entre si oferecendo menos espaços livres (o ritmo do jogo é pausado e cerebral) e despertando um sentido de entreajuda nos diversos sectores do campo de modo a permitir algumas compensações e apoio de alguns sectores na construção do jogo. Atirar bolas para os avançados através de passes em profundidade ou abrindo certos tipos de jogadas não estudadas não é constitui a melhor solução. Como princípio de ataque as tabelas e as corridas sem bola oferecem um novo desafio para superar o adversário, seja o computador ou um colega de corpo e alma.
Outra novidade que pudemos dar uso durante as partidas que fizemos respeita ao plano de jogo ou “Gameplan” que permite gerir aspectos colectivos e individuais. Do ponto de vista da equipa o “Team Style” singulariza a estratégia e pode ser encontrado dentro das tácticas, permitindo um controlo mais rigoroso sobre a movimentação do grupo do ponto de vista ofensivo e defensivo. Entre as principais opções elencadas está o especial apoio dado pelos colegas controlados pelo jogador ao redor do atleta que tem a bola, facilitando as tabelinhas e passes à lá Quaresma, o ajuste da distância entre o homem que tem a bola e os colegas, a troca de posições, ajuste da linha defensiva, jogar de modo robusto ou centro ou com mais largura, assim como outras definições. Para os programadores este lapidar da estratégia colectiva é essencial para garantir mais nuances e esquemas de jogo distintos entre os competidores.